3 de abril de 2012

Em Abril Cravos Mil - Soneto à Liberdade

LIBERDADE
Liberdade onde estás? Quem te demora?
Que faz que o teu influxo em nós não caia?
Porque foste de mim!, porque não raia
Já na esfera de Lísia a tua aurora?
  
Da santa redenção é vinda a hora
A esta parte do mundo que desmaia
Oh!, Venha... Oh! Venha, e trémula descaia
Despotismo feroz, que nos devora!

Eia! acode ao mortal que, frio e mudo
Oculta o  pátrio amor, fora a vontade
E um fingir, por temor empenha estudo.
  
Movam nossos grilhões tua piedade;
Nosso númen tu és, e glória, e tudo,
Mãe do génio e prazer, ó Liberdade!

 Manuel Maria B. du Bocage


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