30 de julho de 2011

Hoje na Feira do Livro - Aurora Rodrigues

Ao fim de quase quatro décadas, a magistrada do Ministério Público Aurora Rodrigues conta a sua história de presa política. É um impressionante relato da brutalidade das torturas da PIDE. E também uma história de carácter, de força e de resistência.

29 de julho de 2011

Hoje na Feira do Livro

Numa iniciativa inédita, o escritor Carlos Santos Oliveira, as Edições Cosmos e a Biblioteca da Nazaré irão oferecer 30 livros infantis intitulados "A Lição do Rinoceronte", às crianças que se deslocarem à Feira do Livro a partir das 22 horas.

25 de julho de 2011

Prova Literária Biblioteca da Nazaré| Assírio e Alvim

Estão abertas as inscrições para a prova literária. Consulte aqui o regulamento.


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Agenda da Feira do Livro

Conheça aqui algumas das iniciativas da 36ª Feira do Livro da Nazaré. Outros eventos serão divulgados oportunamente.
                                         
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19 de julho de 2011

36ª Feira do Livro



A Feira do Livro da Nazaré nasceu no ano da liberdade. Trinta e sete anos e trinta e seis edições depois, ela continua a ser um espaço livre e de cultura. Um espaço que resiste e acredita na divulgação do livro e da leitura como um dos principais pilares de uma sociedade mais humana e fraterna.

Através do trabalho voluntário a Biblioteca da Nazaré transpõe a exiguidade do seu espaço físico, comprometendo-se com o público que a procura ansiando por encontrar novidades editoriais ou, simplesmente, uma recordação de ancestrais leituras. Sabemos que mais e melhor poderá ser feito. Sabemos que esse mais e melhor necessita de todos os contributos particulares e colectivos.

8 de julho de 2011

No sorriso louco das mães - Herberto Helder


No sorriso louco das mães

No sorriso louco das mães batem as leves
gotas de chuva. Nas amadas
caras loucas batem e batem
os dedos amarelos das candeias.
Que balouçam. Que são puras.
Gotas e candeias puras. E as mães
aproximam-se soprando os dedos frios.
Seu corpo move-se
pelo meio dos ossos filiais, pelos tendões
e orgãos mergulhados,
e as calmas mães intrínsecas sentam-se
nas cabeças filiais.
Sentam-se, e estão ali num silêncio demorado e apressado,
vendo tudo,
e queimando as imagens, alimentando as imagens,
enquanto o amor é cada vez mais forte.
E bate-lhes nas caras, o amor leve.
O amor feroz.
E as mães são cada vez mais belas.
Pensam os filhos que elas levitam.
Flores violentas batem nas suas pálpebras.
Elas respiram ao alto e em baixo.
São silenciosas.
E a sua cara está no meio das gotas particulares
da chuva,
em volta das candeias. No contínuo
escorrer dos filhos.
As mães são as mais altas coisas
que os filhos criam, porque se colocam
na combustão dos filhos. Porque
os filhos são como invasores dentes-de-leão
no terreno das mães.
E as mães são poços de petróleo nas palavras dos filhos,
e atiram-se, através deles, como jactos
para fora da terra.
E os filhos mergulham em escafandros no interior
de muitas águas,
e trazem as mães como polvos embrulhados nas mãos
e na agudez de toda a sua vida.
E o filho senta-se com a sua mãe à cabeceira da mesa,
e através dele a mãe mexe aqui e ali,
nas chávenas e nos garfos.
E através da mãe o filho pensa
que nenhuma morte é possível e as águas
estão ligadas entre si
por meio da mão dele que toca a cara louca
da mãe que toca a mão pressentida do filho.
E por dentro do amor, até somente ser possível amar tudo,
e ser possível tudo ser reencontrado
por dentro do amor.

Herberto Helder

6 de julho de 2011

A Época Balnear em Julho de 1911

Arquivo da Biblioteca da Nazaré - A Nazareth - 09-07-1911

Ciclo de Cinema Memória e Revolução

Ciclo de Cinema Memória e Revolução

Na segunda sessão do ciclo (hoje, 6 de Julho), organizado pela Cultra, CES e Casa do Brasil, serão exibidos os filmes «A Lei da Terra» (1977) e «Luta do Povo: Alfabetização em Santa Catarina» (1976), da Cooperativa Grupo Zero. A sessão terá lugar na Casa do Brasil (Rua Luz Soriano, 42, no Bairro Alto), sendo a projecção seguida de um comentário de António Loja Neves (jornalista e divulgador, programador e crítico de cinema) e de debate.

Sinopse («A Lei da Terra»): «A Lei da Terra é um documentário assinado pela cooperativa de filmes Grupo Zero, sendo a sua realização atribuída a Alberto Seixas Santos. Ideologicamente empenhado no apoio da luta dos trabalhadores, o documentário opta por uma abordagem de estilo objectivo: há uma narração em voz off que expõe os factos e contextualiza historicamente a luta dos trabalhadores agrícolas alentejanos. Pela voz de alguns entrevistados, declaram-se as condições de vida relativas ao emprego sazonal, ao trabalho jornaleiro incerto e árduo, às caminhadas longas, à fome e à miséria. Através de testemunhos, explica-se como as cooperativas se organizaram para trabalhar as terras abandonadas. Neste salto do particular para o geral, o exemplo tomado como regra cumpre uma função de validação e assume uma posição partidária da luta.»

Sinopse («Luta do Povo: Alfabetização em Santa Catarina»): «O golpe de Estado de 1974 desencadeou um processo revolucionário em que a modificação radical das relações que até então se processavam no seio da família, no trabalho e no conjunto da sociedade jamais permitiu retrocesso. Se muitos tentam pintar esse processo convulsivo, e inevitavelmente conturbado, como um desastrado momento de rebeldias gratuitas e simplesmente folclóricas, este filme da Cooperativa Grupo Zero contém a resposta mais cabal que poderemos dar a tais interpretações analiticamente pouco sérias. Naqueles anos de brasa, raras vezes se filmou tão judiciosamente o povo tomando nas mãos o seu futuro. Na aldeia Santa Catarina, no Alto Alentejo, o povo discute a sua vida, os seus valores, as suas necessidades. Um dos pontos de encontro é o curso de alfabetização. Alfredo é um dos alunos. Homem feito e "crestado" do trabalho na terra, só aos 44 anos pode finalmente a ler e a escrever o essencial, porque em pequeno tinha sido tempo de "trabalhar, passar fome e levar porrada." Com o advento da democratização, aprenderá as letras e com elas mais do que é a política, a participação no pulsar colectivo da sua comunidade, a vida organizada e livre de peias na cooperativa agrícola a que pertence.»

Sugestão de Leitura - O Viajante do Século

"O Viajante do Século" de Andrés Neuman

O Viajante do Século -“Um romance futurista que decorre no passado” Andrés Neuman faz a ponte entre passado e presente através de personagens fascinantes e de um argumento intenso, pleno de intriga, humor, mistério e paixão.
Um viajante enigmático.
Uma cidade em forma de labirinto da qual parece impossível sair.Hans, o cidadão errante que carrega o mundo inteiro dentro da mala de viagem, está prestes a partir de Wandernburgo quando conhece um velho tocador de realejo que o impede de deixar a cidade. Este encontro mudará irreversivelmente o destino de Hans, que vai ficando pela cidade onde as ruas que mudam de sítio o levam ao encontro de Sophie.O resto é amor e literatura: um amor memorável, que agita camas e livros de igual modo; e um mundo imaginário, que condensa, em pequena escala, os conflitos da Europa moderna.O viajante do século propõe uma experiência única: ler o século XIX com o olhar do século XXI.Oferece um mosaico cultural da Europa pós-napoleónica, que, como a de hoje, se debate com uma crise de identidade e em que encontramos muitos dos conflitos que animam os debates do nosso século.
  • Sobre O Viajante do Século
“Tocado pelo génio. A literatura do século XXI estará nas mãos de Andrés Neuman e de muito poucos dos seus irmãos de sangue.” por Roberto Bolaño

“Andrés Neuman é um grande escritor; na realidade, é já um grande escritor; o advérbio designa uma realidade segura, não uma promessa de contornos incertos. (…) A maturidade criativa de Neuman não foi obra do acaso e O viajante do século confirma plenamente a excelência narrativa do escritor.” por ABC de las artes y las letras“Andrés Neuman é um dos escritores mais escritores que conheço desde que li o seu primeiro romance. Tem o dom da palavra e da realidade. (…) É uma máquina literária. A sua verdadeira pátria são as histórias.” por Justino Navarro, El Pais“Uma catedral narrativa de proporções colossais. Se existisse uma frase que pudesse resumir este romance seria a de Horace Wallpole: ‘A vida é uma comédia para os que pensam e uma tragédia para os que sentem’.” por Que leer
Autor: Andrés Neuman
P.V.P.: 19,50 €
Data 1ª Edição: 2010
Nº de Edição: 1ª
ISBN: 978-989-672-022-3
Nº de Páginas: 524
Dimensões: 150 x 240 mmColecção: Alfaguara
Editora: Objectiva 
  • Sobre Andrés Neuman
Nasceu em 1977 em Buenos Aires. Filho de músicos emigrados, partiu ainda jovem para Granada, em cuja universidade estudou e foi professor de literatura hispanoamericana. 

Escritor, poeta e ensaísta, é autor: · Dos romances - Bariloche, La vida en las ventanas e Una vez Argentina· Dos livros de contos El que espera, El último minuto e Alumbriamento· Da colecção de aforismos El equilibrista· Do volume Década, que reúne os seus livros de poemasPrémios recebidos:· Hiperión de Poesia· Finalista do Prémio Herralde· No Hay Festival, foi eleito um dos melhores autores da nova geração nascidos na América Latina.· Em 2009 recebeu o Prémio Alfaguara de Romance - O Prémio Alfaguara de Romance é um dos mais importantes prémios literários de Espanha, atribuído anualmente a um romance inédito em língua espanhola· Prémio Tormenta para o melhor livro publicado em castelhano em 2009