28 de junho de 2011

Dois Poemas de Gustavo Adolfo Bécquer

É um sonho esta vida
Gustavo Adolfo Bécquer

É um sonho esta vida,
mas um sonho febril de um instante único.
Quando dele se acorda,
vê-se que tudo é só vaidade e fumo...
Oxalá fosse um sonho
bem profundo e bem longo,
um sonho que durasse até á morte!...
Eu sonharia com o meu e teu amor.

Enquanto houver uns olhos que reflectem
Gustavo Adolfo Bécquer

Enquanto houver uns olhos que reflectem
outros olhos que os fitam,
enquanto a boca responda a suspirar
aos lábios que suspiram,
enquanto sentir-se possam ao beijar-se
duas almas confundidas,
enquanto exista uma mulher formosa,
haverá poesia!


25 de junho de 2011

Poema de Cesare Pavese


Virá a morte e terá os teus olhos - Cesare Pavese


Virá a morte e terá os teus olhos-
Esta morte que nos acompanha
da manhã à noite, insone,
surda como um velho remorso
ou um vício absurdo. Os teus olhos
serão uma palavra vã, um grito calado, um silêncio.
Assim os vês todas as manhãs
quando te debruças sobre o espelho. Oh cara esperança,
naquele dia saberemos também nós
que és a vida e és o nada.
Para todos a morte tem um olhar
Virá a morte e terá os teus olhos
Será como deixar um vício
como ver num espelho
ressurgir uma face morta,
como escutar um lábio fechado.
Desceremos no remoinho mudos.


Verrà la morte e avrà i tuoi occhi-
Questa morte che ci accompagna
dal mattino alla sera, insonne,
sorda, come un vecchio rimorso
o un vizio assurdo. I tuoi occhi
saranno una vana parola,un grido taciuto, un silenzio.
Così li vedi ogni mattina
quando su te sola ti pieghi
nello specchio. O cara speranza,
quel giorno sapremo anche noi
che sei la vita e sei il nulla. Per tutti la morte ha uno sguardo.
Verrà la morte e avrà i tuoi occhi.
Sarà come smettere un vizio,
come vedere nello specchio
riemergere un viso morto,
come ascoltare un labbro chiuso.
Scenderemo nel gorgo muti.
(di Cesare Pavese, 22 marzo 1950)

«A memória da luta parece infinita. Tecida na mais íntima matéria perecível, tão frágil, afinal, é de verdade. Sempre que releio Pavese, paro nas colinas: vício absurdo, eu sei.»

Cesare Pavese (Santo Stefano Belbo, 9 de Setembro de 1908 — Turim, 27 de Agosto de 1950) foi um escritor e poeta italiano. Nasceu nas Langhe (província de Cuneo), tendo-se mudado ainda em criança para Turim, donde se ausentou sempre apenas durante pouco tempo: passou um ano na prisão em Barcaleone (Reggio Calabria), comprometido por amigos políticos; passou algum tempo em Roma em trabalho para o editor Einaudi, de quem foi um dos mais eficazes conselheiros editoriais; suicidou-se em Turim em 1950. A sua tese de licenciatura foi sobreWalt Whitman e já não era um desconhecido quando em 1936 publicou Lavorare stanca: tinha já publicado e continuaria a publicar estudos sobre literatura norte-americana clássica e contemporânea, reunidos num volume (La letteratura americana e altri saggi) publicado postumamente em 1951.

16 de junho de 2011

FESTIVAL SILÊNCIO 15 a 25 de Junho em Lisboa

O FESTIVAL

DE 15 A 25 DE JUNHO . LISBOA

O FESTIVAL SILÊNCIO ESTÁ PRESTES A INVADIR VÁRIOS ESPAÇOS DA CIDADE



O Festival Silêncio afirma-se como um evento internacional que dá voz às novas tendências artísticas e novas expressões urbanas em torno da literatura e do seu cruzamento com as outras artes que tem vindo a procurar posicionar Lisboa como capital da palavra.
Inserindo-se na rota dos festivais internacionais transdisciplinares em torno da palavra dita concebemos um festival literário inovador que dinamiza um conjunto de equipamentos culturais da cidade criando um palco multidisciplinar que, desde a primeira edição em 2009, tem vindo a trazer a Lisboa grandes nomes da cena literária e artística internacional. Atentos aos novíssimos movimentos que cruzam a palavra com a música, artes cénicas ou vídeo e imprimem à poesia uma nova dimensão, desafiamos criadores nacionais e estrangeiros de diversas áreas a apresentarem projectos que cruzem a palavra com as diferentes artes, espelhando assim a vitalidade dos novos movimentos em torno da palavra dita. Esses movimentos, ao invadirem os palcos de inúmeros festivais internacionais, vêm comprovar a sua enorme relevância na criação artística contemporânea; nomeadamente no contexto da transdisciplinaridade e cruzamento com outras artes e na transversalidade dos seus públicos. Através de espectáculos de spoken word, poetry slam, conferências, film poetry, documentários, workshops, instalações, performances, lançamentos e leituras encenadas, o Festival Silêncio aposta na transversalidade e abre caminho para a conquista de novos públicos. Nesse sentido, o Festival Silêncio pretende não só dar a conhecer o trabalho de alguns dos artistas internacionais mais proeminentes desses novos movimentos, como também promover a criação de projectos a nível nacional provocando encontros entre jovens artistas estreantes e oriundos de diferentes áreas.

13 de junho de 2011

123º Aniversário de Fernando Pessoa


"Nestas impressões sem nexo, nem desejo de nexo, narro indiferentemente a minha autobiografia sem factos, a minha história sem vida. São as minhas confissões, e, se nelas nada digo, é que nada tenho que dizer."  

"Tinha-me levantado cedo e tardava em preparar-me para existir."



"Por mais que por mim me embrenhe, todos os atalhos do meu sonho vão dar a clareiras de angústia.
Mesmo eu , o que sonha tanto, tenho intervalos em que o sonho me foge. Então as coisas aparecem-me nítidas. Esvai-se a névoa de quem me cerco. E todas as arestas visíveis ferem a carne da minha alma. Todas as durezas olhadas me magoam o conhêce-las durezas. Todos os pesos visíveis de objectos me pesam por a alma dentro.
A minha vida é como se me batessem com ela."

                                                          Livro do Desassossego

10 de junho de 2011

Luís Vaz de Camões no seu dia - poemas

Mudam-se os tempos, Mudam-se as vontades


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, 
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o Mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.


O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, enfim, converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto, 

que não se muda já como soía. 

Transforma-se o amador na cousa amada



Transforma-se o amador na cousa amada,

Por virtude do muito imaginar;

Não tenho logo mais que desejar,

Pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,

Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois com ele tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que como o acidente em seu sujeito,
Assim co'a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.

Três Homens Sós - O mais recente trabalho de André Murraças esteve em exibição na Culturgest

Três Homens Sós
Um espectáculo
de André Murraças
Texto, encenação, cenografia e figurinos André Murraças
Elenco Suzana Borges, Anabela Brígida, Vítor d´Andrade e André Patrício
Desenho de luz Zé Rui Maquilhagem e cabelos Joana Ísfer Fotografia Alípio PadilhaProdução Bruno Reis para a Metamorfose Coreografia “Your Easy Lovin' Ain't Pleasin' Nothin'” Pedro Mascarenhas Costureira Lurdes Vaz Construção do cenário João Paulo Araújo Co-Produção Culturgest/Metamorfose www.metamorfoseonline.comAgradecimentos Centro Cultural de Belém, Teatro Nacional Dona Maria II, Teatro Maria Matos, Teatro Praga, Marina Preguiça Ribeiro, Pedro Ramos, Cândida Murraças, Aurélio Gomes, Rodrigo Pratas
Num texto original inspirado em três argumentos de cinema, André Murraças revisita as obras de Paul Schrader American GigoloLight Sleeper e The Walker. O espectáculo recupera as histórias das personagens dos filmes mantendo o tema dos “lonely men” que habita esta trilogia e explora o isolamento, a prostituição e o envelhecimento no masculino, em ambientes citadinos nocturnos cheios de perigos e desilusões amorosas. As narrativas seguem um gigolô de luxo que se apaixona por uma das suas clientes, um homem imerso no mundo da droga e rodeado de fantasmas do passado e um acompanhante de um grupo de senhoras da aristocracia, envolvido involuntariamente num crime. Três histórias da condição humana no vasto cenário da cidade. A cidade racista, homofóbica, plástica, sedenta, violenta, falsa, hipócrita e decadente. Mas também um lugar onde é possível encontrar o amor, apesar de tudo. Pode ser Nova Iorque, Los Angeles ou Washington. Pode ser Lisboa.

André Murraças foi encenador, dramaturgo, cenógrafo e intérprete de Sex Zombie – a vida de Veronica Lake, Hollywood, One Night Only – uma rádio-conferência, Um Marido Ideal, Louis Lingg, Pour Homme, Swingers e As Palavras São o Meu Negócio. Viajou com o espectáculo As Peças Amorosas a Santa Maria da Feira e a Atenas. Escreveu as peças Todas as noites a mesma noite, Film Noir, Os Inconvenientes, CinemaScope e O Espelho do Narciso Gordo. Apresentou-se também em museus, galerias, discotecas e ruas. Já levou para o teatro as vidas de António Variações, Fernando Pessoa e Roque Gameiro.

Mais Informação:

André Murraças

Estudou Cenografia na Escola Superior de Teatro e Cinema e acabou com distinção o Master of Arts in Scenography da Hogeschool voor de Kunsten, em Utrecht, na Holanda. Na área da escrita frequentou seminários com Jorge Silva Melo, David Harrower e Roxana Silbert. Na área da performance teve formação com William Forsythe, Thomas Lehmen, Jan Ritsema, Bojana Cvejic e Rebecca Schneider.

Foi encenador, intérprete, cenógrafo e dramaturgo de HollywoodMore of a Man,One Night Only - uma rádio-conferênciaUm Marido IdealPour HommeLouis Lingg – um anarquista americano em Lisboa, Swingersas peças amorosas e as palavras são o meu negócio/words are my business. Escreveu ainda Os Inconvenientes e encenou CinemaScope para o grupo ArQuente. Está incluído na colectânea Jovens Escritores´03 (101 Noites) e o seu texto Túlipas faz parte do primeiro número da revista Base.

Trabalhou com os coreógrafos Tiago Guedes, Tânia Carvalho e Inês Jacques. No cinema foi dirigido por João Pedro Rodrigues em Morrer Como um Homem. Foi colaborador da rádio Radar para onde criou um programa semanal intitulado O Rapaz do Calendário.

Juntamente com o artista plástico Ricardo Jacinto elaborou a performance para o lançamento da mala System 2k07, do designer Miguel Rios, na galeria Appleton Square. As suas peças O Espelho do Narciso Gordo (Prémio de Edição de texto O Teatro na Década 2002) e as peças amorosas (Prémio de reposição O Teatro na Década 2000) estão publicadas pela 101 Noites.
   
Concebeu em 2008 o espectáculo Untitled - uma peça para galeria, inserido no projecto The Bridge Project de Richard Foreman e produzido pela Cassefaz.

Trabalhou como redactor publicitário, tendo passado por agências como Draft FCB, Euro RSCG e BBDO. Actualmente colabora com a Casa da Criação enquanto guionista. Tem escrito para as revistas L+Arte, Parq, DIF, Ípsilon, entre outras. 

Em 2009 criou o espectáculo Experiência Variações em Junho, apresentado na Fábrica do Braço de Prata, durante as Festas da Cidade. E em Julho foi seleccionado com o seu projecto Film Noir, apresentado na Sala Estúdio do Teatro D. Maria II. E em Novembro mostrou Um Passeio, inserido no Festival Materiais Diversos, em Minde e a partir da vida de Roque Gameiro.

Em 2010 apresentou um espectáculo baseado num guia turístico de Fernando Pessoa para Lisboa (Festa da Cidade de Lisboa) e um monólogo de sua autoria intitulado Sex Zombie - a vida de Veronica Lake. O seu texto Todas as noites a mesma noite foi apresentado durante os Encontros de Novas Dramaturgias Contemporâneas, no São Luís Teatro Municipal, com direcção de Pedro Gil.

Prepara para 2011 o espectáculo Três Homens Sós, baseado em três filmes de Paul Schrader, e um monólogo sobre Cândida Branca Flôr. 

9 de junho de 2011

Sugestão - Origens - Amin Maalouf


Desta vez, as emoções pessoais de Amin Maalouf estão coladas aos documentos históricos através dos quais ele respira vida: os seus arquivos familiares. O livro é na realidade duas histórias numa só. Antes de mais é a história dos seus avós: uma viagem pelas suas lutas colectivas e individuais para conseguir viver nas montanhas libanesas, em Beirute, nos Estados Unidos e em Cuba. Mas é também a própria história de Maalouf, pesquisando e investigando sobre os seus antepassados, levando-o a uma descoberta dele mesmo...



Amin Maalouf, escritor libanês radicado em França, tem editado em Portugal uma vasta obra, nomeadamente “Origens”(uma edição da Difel), relato verídico sobre a sua família que tem todo o sabor de um bom romance. O protagonista é o avô, um homem impressionante para quem o conhecimento é a fonte de vida, e os cenários vão desde o Líbano, a Cuba e aos Estados Unidos.
Nascido no Líbano em 1945, Amin Maalouf está radicado em França desde
1976, para onde fugiu da guerra. Foi grande repórter durante 12 anos. É autor de obras como “Samarcanda” e “O Rochedo de Tânios” (Prémio Goncourt)

Quando começou a trabalhar nesta obra já tinha a ideia de quão rica era a história da sua família?
De início nem sequer sabia se ia encontrar documentos. Estava mesmo resignado a transformar o livro em romance, e a mudar o nome, porque me convenci de que iria utilizar muita imaginação para ocupar todos os espaços em branco da história. Mas tive a sorte de encontrar muitos documentos e locais que me permitiram contar uma história sem necessitar de recorrer à ficção.
E porque se decidiu a fazer a história da sua família?
Sempre me falaram muito do meu avó e do seu irmão que foi para Cuba. Sobretudo o meu avô era muito venerado na família, mas sabia pouco sobre ele e queria saber mais e tinha a necessidade de dar a conhecer esta vida porque é uma pessoa que acreditava em determinados valores, que teve uma acção benéfica no ensino e que caiu no esquecimento, mesmo no seio da família.
Senti que tinha o dever de recordá-lo.
Mas este ensaio é quase um romance!…
Não tive a necessidade de inventar porque ele teve uma vida extraordinária.
A história da sua família, parece-me, é um pouco a história de um povo?
Está correcto. É a história de muitas famílias, é a história de muitos povos que sentiram a tentação da emigração. Em muitas famílias há irmãos que emigraram, outros que ficaram, outros que regressaram. Muitas famílias do Líbano conheceram exemplos destes.
Há uma espécie de rivalidade entre os emigrantes e os que permanecem no país?
Sim. Há sempre uma tendência para comparar. Mas, a partir do momento em que se faz uma escolha não se pode olhar para trás.
Você é um emigrante. Nunca desejou regressar ao Líbano?
Não é algo que me preocupe. É possível que um dia sinta necessidade de regressar. Se o Líbano mudar, se passar por um período da minha vida que tenha a necessidade de voltar. Mas sinto-me bem em França. Para mim o mais importante é estar num ambiente onde possa escrever. A minha pátria é o sítio onde posso escrever.
A procura do conhecimento é uma característica da sua família?
Sempre foi assim desde há três ou quatro gerações. Penso que começou o com meu bisavô, que resolveu deixar a casa da família para ir para uma escola moderna, uma ideia que esteve na origem deste desejo de aprender na família. O meu avô também partiu de um meio relativamente inculto mas conseguiu estudar em escolas de qualidade. Após três ou quatro gerações formou-se um culto da sabedoria e a tradição manteve-se. Na minha família há muitos professores, poetas…
O conhecimento pode ajudar a aproximar o Oriente do Ocidente, ou os problemas religiosos sobrepõem-se a tal?
Penso que o conhecimento é um factor importante mas não suficiente. Se conhecemos o outro com profundidade isso ajuda a evitar conflitos e mal-entendidos, mas não se pode dizer que basta conhecer o outro. Há povos que se conhecem e são os piores inimigos.
O seu avô simboliza a luta pelo conhecimento. É um exemplo a seguir?
Para mim sim, foi uma pessoa exemplar. A sua escala de valores é completamente respeitável. É alguém que venceu numa época apesar de ter uma certa ingenuidade que provocou algumas feridas. Quando contamos a vida de uma personagem (no caso real) é sempre difícil fazer dela um exemplo absoluto, porque há características ou momentos que não são momentos a seguir. De qualquer forma é um figura com valores do saber, da modernidade, da laicidade, da recusa da discriminação, aos quais adiro.
Ele defende a liberdade religiosa. Com uma maior liberdade religiosa a tensão existente na região poderia diminuir?
Acho que hoje em dia a relação com religião, seja no Próximo Oriente ou em outra região do mundo, está muito doente. Penso que a relação dele com a religião era muito saudável. A atitude que consiste em considerar os grupos religiosos como uma espécie de tribos que procuram a guerra é uma evolução inquietante. A atitude do meu avô, que defende que a religião é uma escolha pessoal e nunca motivo de discriminação, é uma boa atitude em relação à religião.
Escrever este livro esteve mais próximo da actividade de escritor ou de grande repórter?
Depende dos momentos. A parte de inquérito, os episódios em Cuba, são trabalho jornalístico, assim como o modo de utilizar documentos da família. Mas não há uma verdadeira ruptura entre as duas actividades.
Em Portugal, o Líbano, desde que terminou a guerra, passou a ser algo desconhecido. Que tipo de país é agora?
É um pequeno país com bastantes comunidades que sofreu muito com a guerra e que sofre em geral com todos os conflitos daquela região do mundo. É um país que saiu da guerra, mas que carrega ainda o fardo da guerra. Para mim, é um país que ainda não retornou à vida normal, apesar da já não viver em guerra. Ainda não passaram as sequelas políticas, sociais e psicológicas de 25 anos de guerra.
O Líbano já foi chamado de Suíça do Médio Oriente.
É uma designação errada. Aconteceu assim porque era um pequeno país rodeado de grandes países e que se mantinha à parte dos conflitos da região, e que tinha um sector de serviços e bancário importante. A Suíça soube manter um equilíbrio entre os diferentes grupos, mas o Líbano não conseguiu manter uma coexistência interna pacífica.