16 de janeiro de 2011

Sugestão de Leitura

O filósofo José Gil classificou o mais recente romance de António Lobo Antunes, 'Sôbolos Rios Que Vão', como «um grande livro, com muitos aspetos insólitos e inéditos na escrita do autor».
«É uma obra torrencial e uma das mais belas de Lobo Antunes», disse José Gil.

Essa máquina literária «funciona em pleno em 'Sôbolos Rios Que Vão'», defendeu José Gil, já que «neste romance quase parece, às vezes, que se urde uma trama», da qual «a espera e não espera da morte será porventura o traço mais evidente».

Trata-se do mais autobiográfico dos livros do escritor, cujo narrador - designado como 'Antoninho' e 'Senhor Antunes' - recupera, após uma operação a um tumor no intestino e num estado entre o torpor e a dor, fragmentos da sua vida, recordando pessoas que a atravessaram e conduzindo os leitores, como que por um rio, pelas humilhações da doença, numa reflexão sobre a vida e a morte.


Porque «a doença paira sobre tudo o que se diz», José Gil caracterizou o livro de Lobo Antunes como «uma meditação sobre a morte» e «uma paródia de tal meditação», com «cenas de humor que atingem a desmesura».
«É certamente um imenso romance, faz-nos entrar num tipo de experiência não comum (.) e é, mesmo que não pareça, um grande romance de micro-afectos abstractos», observou.

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